História

História dos cemitérios da cidade de São José do Rio Preto.

O bom senso nos diz que um cemitério deve ser instalado em uma área que não comprometa a salubridade. Acontece que muitos cemitérios instalados, a princípio, em locais que pareciam adequados, foram “engolidos” pela cidade e tiveram que ser transferidos para outros lugares. Esse fato ocorreu em várias cidades que apresentaram crescimento urbano significativo, em São José do Rio Preto o caso é emblemático.

O primeiro cemitério da cidade ficava onde hoje é o fórum, Praça Rio Branco, no quadrilátero entre as ruas Bernardino de Campos, Del. Pinto de Toledo, XV de Novembro e Marechal Deodoro. Era conhecido como cemitério da  Fábrica Paroquial, por pertencer a igreja católica. Lelé Arantes afirma que os primeiros sepultamentos no local foram feitos em 1884, data que abre a possibilidade de acreditarmos que houve outro cemitério além desse que considera-se o primeiro. Esse cemitério foi desativado em 1900.

Por ser um cemitério católico os protestantes enterravam seus mortos em outro cemitério, que ficou conhecido como “Cemitério dos Protestantes” e ficava na rua Voluntários de São Paulo onde hoje está o edifício Dep. Bady Bassitt.

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 Ilustração de primeiro cemitério de Rio Preto.

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Praça Rio Branco, local onde se localizava o primeiro cemitério de Rio Preto. Hoje abriga o Fórum da comarca. Foto: Alexandre de Freitas, 2014.   

O segundo cemitério de Rio Preto, conhecido como cemitério da Maceno, foi instalado na praça Ugolino Ugolini, na Vila Maceno e teve uma vida relativamente curta. As discussões acerca do sua instalação datam de 1895 e, em 1907,  o médio Aristides Serpa, inspetor de saúde pública, apontou a inviabilidade do novo cemitério de devido ao declive do terreno e o escoamento das águas que caiam no Rio Preto.

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Segundo cemitério de Rio Preto, conhecido como cemitério da Maceno.

Praça, maceno onde era o prim. cemitério

Praça Ugolino Ugolini, local onde ficava o segundo cemitério da cidade. Foto: Alexandre de Freitas, 2014.

O terceiro cemitério, conhecido como cemitério da Ercília, cujo nome é cemitério da Ressurreição, foi projetado pelo Engenheiro Ugolino Ugolini em 1910, e sua implantação se deu nos anos de 1920, época em que substituiu de vez o cemitério da Maceno, sendo que os corpos do antigo cemitério deveriam ser transferidos para o cemitério da Ressurreição.

Esse cemitério tem uma grande importância histórica para a cidade, nele estão localizados importantes túmulos nos quais estão os restos mortais de pessoas célebres para o cenário político, econômico e social da cidade. Reflete, como todo cemitério, as concepções artísticas, as formas de pensar e sentir das primeiras décadas do século XX.

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Vista da entrada principal do cemitério da Ercília (Ressurreição). Foto: Alexandre de Freitas, 2014. 

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Túmulo do engenheiro Ugolino Ugolini. Foto: Alexandre de Freitas, 2014.

O quarto cemitério de Rio Preto, o cemitério São João Batista, foi instalado em 1964, em frente ao antigo aeroporto na avenida dos Estudantes. O primeiro cidadão enterrado ali foi Joaquim Firmino Caetano. Hoje sofre um processo de reestruturação do espaço para ampliar a demanda, com construção de “gavetas” de andares ao redor do muros em alguns espaços internos.

Cemitério S.J. Batista, jun. 2015 (4)

Vista interna o cemitério São João Batista. Foto: Alexandre de Freitas, 2015.

O quinto cemitério de Rio Preto, o cemitério Jardim da Paz, é particular e surgiu em 1990, foi concebido com o conceito de cemitério-parque, totalmente gramado e arborizado. Desde 2010 o cemitério também oferece a opção de cremação.

Referências:

ARANTES, Lelé; YARAK, Aretha. Quem faz história em São José do Rio Preto. São José do Rio Preto: THS, 2006.

ARANTES, Lelé; RODRIGUES, Milton. São José do Rio Preto: história ano a ano. São José do Rio Preto: THS, 2010.

TONELLO, Oswaldo. São José do Rio Preto: memórias de Oswaldo Tonello. São José do Rio Preto, 2006.

Cemitério Jardim da Paz.